Mistério e Revolta: Incêndio Pode Ter Destruído Placas Solares Compradas com Empréstimo de R$ 50 Milhões
Material Abandonado e Queimado Pode Ser Parte do Investimento da Gestão de Sérgio Vidigal para Energia Solar na Saúde

O incêndio que atingiu o pátio da Unidade Regional de Saúde (URS) de São Diogo, na Serra, neste sábado (1º), pode ter destruído placas solares adquiridas com um empréstimo de R$ 50 milhões, autorizado pela Câmara de Vereadores no dia 15 de fevereiro de 2023 e sancionado pelo prefeito Sérgio Vidigal (PDT), para a instalação de energia fotovoltaica nas unidades de saúde do município.
Em fevereiro de 2023, Vidigal sancionou a Lei 5.707, que autorizou um empréstimo de R$ 50 milhões junto ao Banco do Brasil para a construção de uma usina fotovoltaica. O objetivo era reduzir os custos com energia elétrica nos equipamentos de saúde do município.
Agora, com as placas reduzidas a cinzas, a população quer saber: as caixas queimadas no incêndio eram parte desse investimento milionário? Se sim, quem será responsabilizado pelo desperdício de dinheiro público?
Vídeo Escancara Descaso: Placas Solares Largadas ao Relento Antes do Incêndio
Um vídeo divulgado dias antes do incêndio pelos vereadores Evandro Braga (PL) e Luiz Cláudio Júnior (Republicanos) reforça as suspeitas de negligência. As imagens mostram que as placas estavam há muito tempo abandonadas, expostas ao sol e à chuva, cercadas por papelões, plásticos e madeiras — materiais altamente inflamáveis que aceleraram a propagação das chamas.
Indignado, o vereador Luiz Cláudio Júnior questionou a prefeitura:"A pergunta que não quer calar é: há quanto tempo essas placas estavam ali? Para que foram compradas? Por que nunca foram instaladas? E, agora que queimaram, quem vai se responsabilizar pelo prejuízo?"
A falta de respostas da prefeitura só aumentou a revolta da população, que exige transparência sobre o destino desse investimento. VEJA O VÍDEO
Prefeitura se Cala e Deixa Dúvidas no Ar
A administração municipal se manifestou por meio de nota, mas não esclareceu se as placas destruídas no incêndio faziam parte do projeto financiado pelo empréstimo milionário. O comunicado apenas confirmou o incêndio e ressaltou que a unidade de saúde não funciona aos finais de semana.
A resposta superficial foi recebida com críticas. Se essas placas realmente pertenciam ao projeto de energia solar da gestão de Vidigal, o prejuízo não é apenas ambiental, mas também um duro golpe nas finanças do município.
Especialistas Alertaram Sobre o Risco de Armazenamento Irregular
Segundo especialistas consultados pelo Serra News, os módulos fotovoltaicos precisam ser armazenados seguindo normas rígidas de segurança. A fabricante BYD, uma das principais fornecedoras do setor, orienta que o material deve ser mantido conforme os seguintes protocolos:
- Embalagem Original: Proteção contra danos físicos e climáticos.
- Empilhamento Seguro: No máximo 28 módulos por unidade para evitar colapsos.
- Proteção Contra o Clima: Local coberto, seco e ventilado.
- Conectores Protegidos: Evitar acúmulo de poeira e umidade, prevenindo curto-circuitos.
O descaso com essas regras pode levar ao superaquecimento e incêndios — exatamente o que aconteceu. Se essas placas eram mesmo do programa de energia solar financiado pelo empréstimo, o dinheiro público foi literalmente queimado por incompetência na gestão dos recursos.
E Agora? Quem Vai Responder Pelo Prejuízo?
O Corpo de Bombeiros segue investigando a causa do incêndio, mas a maior questão agora é saber: as placas destruídas pertenciam ao projeto de energia solar financiado com R$ 50 milhões do dinheiro público? Se a resposta for sim, o município pode ter perdido um investimento milionário por pura negligência e falta de gestão.
Os vereadores Evandro Braga (PL) e Luiz Cláudio Júnior (Republicanos) prometem levar o caso adiante, enquanto a população exige respostas imediatas. Foi descuido ou um erro deliberado? Houve omissão ou acobertamento? Se essas placas estavam abandonadas há tanto tempo, por que ninguém tomou providências? E agora que viraram cinzas, quem vai pagar essa conta?
Estas e outras perguntas precisam ser investigadas pela polícia, cobradas pela Câmara Municipal e respondidas diretamente pelo prefeito. O que era para ser um avanço sustentável para a saúde pública pode ter se transformado em um escândalo sem precedentes.
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