Uma cena revoltante: crime em plena luz do dia

Domingo, 06 de abril, em plena tarde, e o que deveria ser um dia comum se transformou em mais um retrato da insegurança que assombra a população da Serra. Dois homens invadiram uma farmácia na movimentada avenida Central de Laranjeiras e roubaram o que conseguiram carregar: televisão, ventilador e outros produtos.

Tudo foi filmado pelas câmeras do estabelecimento. Um dos criminosos, descalço e apressado, parecia alheio a qualquer consequência. O outro, com os braços carregados, demonstrava a certeza da impunidade. Não estavam mascarados, não tinham pressa em se esconder. Sabiam exatamente onde estavam: no país onde o crime compensa.

PM age com rapidez, mas até quando?

A Polícia Militar chegou rápido, agiu com precisão e conseguiu prender os dois no flagra, ainda com os produtos nas mãos. Lucas Simões Passos de Moura, 23 anos, e Dreyko Silva Gomes, 26, foram levados à Delegacia Regional da Serra, com cortes nas mãos por conta do vidro que arrebentaram para invadir o local.

Foram autuados por furto qualificado e dano ao patrimônio, e encaminhados ao Centro de Triagem de Viana (CTV). A sensação de justiça, porém, dura pouco. Muito pouco.

A dura verdade: logo estarão soltos

Por mais eficiente que tenha sido a ação policial, a revolta da população é com o que vem depois: a impunidade garantida por um sistema falho e burocrático. Em um país onde quem mata ou rouba dorme em cela por alguns dias e logo volta à liberdade, o ciclo da criminalidade não para. Ao contrário: se fortalece.

"É revoltante. A polícia prende hoje e a Justiça solta amanhã. A gente vive com medo e eles vivem rindo da nossa cara", desabafa um morador da região, inconformado com a situação.

No Brasil, só fica preso quem vai para o cemitério

Essa é a triste realidade: em um país onde a pena dura menos que o trauma de quem é vítima, a sensação de justiça vai embora junto com o camburão. Enquanto a farmácia contabiliza prejuízos e reforça a segurança com mais câmeras e grades, os criminosos contam os dias — ou as horas — para estarem soltos novamente.

E a pergunta que fica é uma só: quantas vezes mais vamos assistir a esse filme de terror, onde o final feliz só existe para o bandido?