Um ato de violência chocou a comunidade escolar da Escola Municipal Antônio Vieira de Rezende, em Central Carapina, na Serra (ES), nesta segunda-feira (10). Um cuidador da educação especial foi brutalmente agredido pelo pai de um aluno na saída das aulas, em um ataque que foi flagrado por câmeras de segurança e presenciado por diversas pessoas, incluindo crianças.

O agressor, que já havia feito ameaças anteriormente, desferiu socos e chutes contra o funcionário, que caiu no chão e continuou sendo atacado. A vítima foi levada para um hospital particular com hematomas e ferimentos. A cena de violência, registrada por câmeras de monitoramento, causou indignação entre pais, professores e funcionários da escola.

Medo e indignação: “Se acontece com um profissional, pode acontecer com qualquer um”

O ataque gerou revolta entre os membros da comunidade escolar. “É assustador. Mandamos nossos filhos para a escola esperando que estejam seguros, mas se um cuidador pode ser espancado dessa forma, quem garante que isso não aconteça com um professor ou até com os alunos?”, questionou Juliana Rocha, mãe de um estudante da escola.

Um funcionário da unidade, que preferiu não se identificar, relatou que o mesmo homem já havia feito ameaças a outros profissionais dias antes. “Ele já tinha um histórico de intimidação. O que aconteceu agora foi o desfecho de algo que poderia ter sido evitado.”

A escola informou que está colaborando com as autoridades para esclarecer o caso e reforçar a segurança da instituição.

Escolas se tornaram palco de violência?

Casos de agressão dentro das escolas têm se tornado cada vez mais frequentes. Segundo um levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), em 2023, cerca de 40% dos professores relataram já ter sofrido algum tipo de violência, seja física ou verbal, dentro do ambiente escolar.

Para a pedagoga e especialista em gestão escolar Carolina Mendes, o episódio na Serra é um reflexo de um problema mais amplo. “Vivemos um momento de desvalorização do profissional da educação, e isso passa não só pelo salário, mas também pela falta de respeito. Muitos pais enxergam a escola como inimiga, quando, na verdade, deveria ser uma parceria na formação dos filhos”, afirma.

Além disso, especialistas alertam que a falta de medidas preventivas, como mediação de conflitos e suporte psicológico para alunos e responsáveis, contribui para o agravamento das tensões dentro das escolas.